Armário de Mente
Aquilo, é para o que você não deve apontar.
Aquele, é para quem você não deve olhar.
Os quais são para você parar de se deliciar.
Anda! Saia! Troca essa saia, muda essa cara, muda essa raia,
Troca essa sandália, troca essa alma e joga uma vaia... Nós vamos sair e te quero como quero a mim!
Não sou o centro, quero a esquerda do teu corpo,
Porque assim pode caber mais um eu aí dentro.
Não sou o sol porque o sol te queima e não te reza,
Eu sou estrela, que te divide as consoantes com outros brilhos,
E confunde a me saber quem sou.
A minha alma ta pendurada lá fora.
Meu alívio de dor esqueci na segunda gaveta.
Meus sentimentos naquela pastinha transparente com a etiqueta encima.
Minha multidão foi pra debaixo da cama,
Minha luxúria ta lavando o rosto de tanto chorar.
As melhores tardes não guardo na agenda ou calendário,
Tuas mãos presas as minhas contam a histórias de todos os ídolos.
Aquilo se mexe só passar de perto.
Aquele sabe que é dele que é dele que estão falando.
É melhor continuar no teu provado colosso,
Pois prefiro que não tenha que abrir meus universos.
Organiza esse espaço do teu cósmico,
Tenta expandir esse teu cérebro porque a população sempre aumenta,
E a terra, molhada ou seca, já está inabitável.
Douglas Tedesco – 25.10.2008