Homens de Tijolos
Homens de Tijolos
Eu vi um menino no banco da praça
Com mãozinhas que se moviam inseguras.
No rosto tinha marcas de sol e poeira
Os olhos pareciam gritar de amargura.
Eu vi um menino sozinho ao relento
Puder ler o que ele sentia por dentro
As roupas rasgadas do tempo
Os pés calejados no cimento.
Eu vi um menino com frio
Passou um tempo e a noite caiu
E outro menino, outro menino surgiu
Pareciam esperar por nada...
O mundo deles era aquela calçada.
Os homens que passavam
Eram feitos de tijolos...
E eu segui como seguem todos
E os meninos continuam na praça.
(Sirlei L. Passolongo)
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