EU FALEI DAS FLORES
Pra não dizer que não falei das flores
Vou caminhando e cantando e seguindo o refrão
Com um novo lá, lá, laiá; na boca dessa geração
Aprendendo a marchar com quem viveu a lição
Ensinando o valor da flor
Que fez forte àquela canção
Contando a historia; ao futuro, um presente
O “vem vamos embora” com o passado à frente
Da esperança na mente e as flores no chão
Espalhou-se a semente que semeou a Revolução.
A consciência de que ser brasileiro é ser cidadão
Que nos faz serem todos iguais, com o poder de decisão
Livres pra escolher a direção, e
Com o direito de ser diferente
Na liberdade de expressão,
O dever de ser gente
Sem censura, sem tortura e nem usura
Somos todos políticos diferentes
Com a ternura do voto na mão!
Fragmentos de imagens, na memória, a reconstituição
O cotidiano documento pela historia em construção
Paradigmas quebrados, eixo de transformação
Ideário, que nenhum tirano, vestido de repressão
Suprimiu a lição de saber fazer à hora;
Uma mentalidade que nenhuma ditadura
Pôde ditar o fazer “desacontecer”!
Liberdade, que nenhuma prisão pôde conter
Exílios que não expatriaram o cordão,
Elos de vidas, que fizeram da morte,
Um viver com razão!
Ainda há uma luta!
No jardim está às flores, a espera do crer.
Nas escolas e nos campos o saber fazer acontecer!
E os soldados, ainda perdidos, desarmados e “desamados”
nos quartéis são ensinados á morrer pelo nada,
e a matar sem razão.
São também coibidos por bandidos, de alto e baixo escalão.
Autoritário sistema, armado de violência, ditadores do viver.
Repressores da igualdade, numa falsa liberdade, tiranos do poder.
Caminhando e cantando, há um povo a lutar
na conquista do seu direito de poder confiar;
A marcha, agora, é pra acreditar. Um futuro ausente,
Do passado, presente no imaginário popular.
Corruptores de sonhos,
Tentando fazer da liberdade do voto uma obrigação de votar!
A fome de poder obscureceu até os ditadores
Outrora aliados do sistema que violou o direito de escolha
E a liberdade de ser uma nação;
Agora, são até candidatos, em eleição
Com a roupagem de democráticos
Na velha estrutura de inimigos da renovação!
Bem que poderiam vetar o próprio direito de ser cidadão
Ou censurar sua própria liberdade de expressão;
Ou, pelo menos, ter a diplomacia de pôr a mão na consciência
E pedir ao povo clemência por toda a violência que executou.
Ao invés de esconder seus atos,
Transferindo a sua culpa aos generais,
Ora, se um manda e o outro executa, que diferença isso faz?
Só que um é o coronel e o outro é o capataz.
Que incongruência, sob o slogan de “quem fez e quem faz”
Ainda chamam a tudo isso de: “experiência”!
É preciso falar das flores, de geração a geração
E não perder a coragem de cantar juntos o refrão
Braços dados, caminhando, elos do mesmo cordão
com a esperança á frente e a vitória na mão
Escrevendo sua memória, historiando a canção.
Resistir de ser soldado armado pra destruição
Que protege quem mata, e mata o coração!
No fazer acontecer à hora e não esperar pra viver!
Na mente, a velha lição:
ainda que o amor caia no chão ter sempre uma flor na mão,
pois é preciso morrer, pra semente nascer!
E, a cada botão, uma nova lição a aprender...
O amanhã faz a hora, pra quem sabe acontecer!