O filho nas calçadas reclama a mãe

Sem nenhum crime

E com muito castigo

Fui um dia a tua porta

Reclamar afeto, abrigo

Mas seu ódio não se redime

Chorei a teus pés lustrados

Tinha miserável fome

Serviu-me banquete de ganância

Discórdia ao molho morte

Fatigado, bradei misericórdia

Procurei no bolso surrado

O registro civil

Eu, pobre cidadão servil

Por ti fui renegado

Exilado no que dizem nação

Tu és madrasta má

Velha nefasta cheia de preconceitos

Apátrida,devassa

É a chama do asco que arde em meu peito

Conheci a hostilidade

Ao reclamar teu seio

A saída apresentada

Para a miséria e a fome

Na pátria amada brasil

Foi a consciência invenenada

Sobre a que lhe pariu

A praguejar teu nome

Morrerei, mãe mesquinha

Porém deixo a ti, a miséria que é minha.

Lauro Camilo
Enviado por Lauro Camilo em 21/10/2008
Código do texto: T1239664
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