O filho nas calçadas reclama a mãe
Sem nenhum crime
E com muito castigo
Fui um dia a tua porta
Reclamar afeto, abrigo
Mas seu ódio não se redime
Chorei a teus pés lustrados
Tinha miserável fome
Serviu-me banquete de ganância
Discórdia ao molho morte
Fatigado, bradei misericórdia
Procurei no bolso surrado
O registro civil
Eu, pobre cidadão servil
Por ti fui renegado
Exilado no que dizem nação
Tu és madrasta má
Velha nefasta cheia de preconceitos
Apátrida,devassa
É a chama do asco que arde em meu peito
Conheci a hostilidade
Ao reclamar teu seio
A saída apresentada
Para a miséria e a fome
Na pátria amada brasil
Foi a consciência invenenada
Sobre a que lhe pariu
A praguejar teu nome
Morrerei, mãe mesquinha
Porém deixo a ti, a miséria que é minha.