Garganta do tempo violento

Homens pequenos, pequenos homens

Rastejam disputando vagas

Homens os muitos homens de agora

Sem equilíbrio do homem para o bem

Do homem para o mal

Na balança muito mal pesada. Pesam.

Canal que rastejam também lobos

E roedores de esgoto

Homens bons e maus

São necessários

Mas divididos no equilíbrio

Não tanto mal dentro da terra. Fraca.

Preguiça, ranço e ganância

Donos dos tesouros escondidos

Da terra á vista e

Otários soldados da pátria

Escarlates em sangues

Na marcha do dia

Salário, dor, hospital, prisão no coletivo

Algema de apoio para não cair por terra

Transito parado e buzinas

Estilete na janela ou bala de chumbo na oferta jujuba

Olhos cansados desmaiam

Quando corpo sentado

Ainda surpreende como armadilha

Assaltos por ternos compostos e gravatas

Ressaltando traumas, medos destacam-se

Por todos os lados quadrilhas

E buracos, buracos nas ruas

Nos corações dos homens

Sorrisos amarelos nas bocas disformes

Nos escondidos escavadas olheiras

Garganta do tempo violento

Engolido sem mastigar