Minha terra ainda
Tem palmeiras?
Sabiás? Amores?
Céus? Estrelas?
Mas, Deus, quanta besteira.
Tem sim, principalmente
O grito de um povo
Excluído,
Querendo sobreviver
Pedindo para não morrer,
Trancafiado em guetos,
Subjugado e ferido,
Sem cidadania, moradia
Ou cortesia.

Minha terra não tem mais
Palmeiras, nem estrelas nem sabiás,
Porque antes tudo era mais doce.
Hoje, a fome corta como punhal
A disparidade social.
Deixamos, muitos de nós, de ser 
Poetas e simplesmente
Passamos à indignação de 
Ver um nosso irmão
Tão abandonado, tão carente
Tão desamparado, tão humilhado.

Antes de apreciatmos as palmeiras,
Os céus, os sabiás e as estrelas,
Teremos que cuidar do outro,
Ferido pela fome,
Segregado pela indiferença,
Passando a todo momento
Despercebido por todos esses
Que param ainda para
Olhar as estrelas, os céus, os sabiás
E esquecem, verdadeiramente, 
Daqueles que devem salvar!
Lenir Castro
Enviado por Lenir Castro em 14/10/2008
Código do texto: T1227913
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