Gaiola Humana

Antes do raiar do sol

passa por horas, veloz...

conduz sonhos com gosto, cheiro, realidade.

Transporta mundos como ideais,

leva olhos de girassol...

conduz o bem e o mal.

Pela gaiola passa a cidade

de todo jeito, de todo feito, de toda idade;

embaralhando suores,

apertando mentes,

miscelando odores,

abraçando pés,

juntando dores,

unindo perfumes.

Traz a impaciência,

leva gritos mudos,

silencio gritante,

transporta a malícia e a inocência.

Lá se vai a gaiola gente...

de gentes frágeis convalescentes...

de púrpuras, escarlates, até brancuras,

uma roda-viva gigante;

viva e mortemente.

Produz encontros e desencontros;

abraços muitos, nenhum calor.

Promove encantos e desencantos;

calor ardente, nenhum suor.

Leva desejos de novo sol!

Chega a aurora, vem a rotina;

volta a gaiola à mesma sina.

Lucimar Oliveira
Enviado por Lucimar Oliveira em 14/10/2008
Reeditado em 18/11/2021
Código do texto: T1227285
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.