Divina Tragédia Humana
No cotidiano das cidades,
As noites dão um show à parte.
No torvelinho de vozes,
Olhares desconhecidos,
diferentes odores,
Vultos e sombras,
Estão seus personagens.
Artistas efêmeros...
subtraindo da noite,
sua luminosidade artificial.
Rostos disformes.
Pelos vícios,
Pelo ócio,
Pela maquiagem pesada.
Vivem da informalidade,
Na ilegalidade,
Com seus infortúnios.
No limiar do bem e do mal.
Uns por vontade própria,
Outros pela falta de oportunidade.
Indefesos!...
Aos perigos da noite.
Marginalizados!...
Pelos preconceitos.
Artistas!...
Que ao despontar do dia,
despem-se de suas fantasias.
Muitos são pais, mães, irmãos.
São famílias!...
Que lutam por redenção!
Vivem do pão de cada noite,
enquanto aguardam chegar o dia
Que passaram a ter o simples direito,
A um lugar ao sol.