Perdido no horizonte
Cala a boca que tem fome
Cala a esperança do homem
Do sonho perfeito que um dia despertou
Entre a fé risonha das primeira manhãs
Perdendo a identidade do que fui e do que sou
Quem sabe travada entre guerras vãs
Entre guerrilhas assim tão particulares
Que o poder construiu entre as trincheiras
Resguardada de todos os olhares
Da idolatria submissa das freiras
E, por este olhar perdido no horizonte
A lágriama não molha a alma já resequida
Umidece o rosto, tão somente a fronte
Expondo ainda mais a nossa ferida
A nossa condição de ser um humano incapaz
Que não se emociona nem com a dor, nem com a fome
Que perdeu o caminho da paz
Não acreditando no amor entre os homens
Março/2006