VENDAS GRATUITAS

Na face uma lagrima, no peito uma saudade, e no caminhar a certeza da esperança.

As correntes correm a margem esquerda do nada.

O céu se esconde de vergonha, e procura a paz ao soltar as asas de um pobre prisioneiro.

Uma moeda é oferecida ao santo, uma boca continua pedindo e a sua barriga vazia ficou.

Templos de mensagens se ocultam em ouro, e o barraco da miséria vai subindo.

Cantos de guerra se misturam na esperança de viver com a realidade da sobrevivência.

Armas são colocadas em arsenais, pulmões transformados em foguetes de explosão que consomem a vida, como um faminto que consome um alimento.

Carteiras de imagens são vendidas gratuitamente e o santo inquerito da consciência se adia mais uma vez.

Aprocura de aumentar seu lucro se anuncia nos jornais da cidade, e a porta do abismo maior se abre na face oculta de uma mão estendida.

Seu retrato não é publicado, sua vida ridicularizada e seu cheiro afasta as madames.

Suas caras são cavadas, mas não é de velhice, nem de feiura,

É DE FOME MESMO, MINHAS SENHORAS.