O sistema
Levanta-te preguiça, está na hora de ir para firma
Firmar contratos contrastantes com a minha realidade cheia de insanidades,
Está na hora H, de Homem sem Honestidade, mas cheio de Habilidades
Devo ao mundo o meu tempo, só para ganhar dinheiro,
Que devo o tempo inteiro!
Trabalho, falho, não paro, reparo...
Sistematicamente, sou matematicamente uma máquina
Ora sem hora
Sobrevivo sobre vivos que não pensam
Tenho caixa craniana privilegiada
E caixa registradora pressurizada – para não deixar de ser privilegiada!
Inventaram o sistema a troco de igualdade,
Mas dividiram com a hierarquia, tanta responsabilidade
Sistema é propulsão e não proporção,
Porque tem mais quem força menos, mas se enforca mais
Se esforcem aqueles sem conhecimento do sistêmico,
Sou acadêmico!
Levanta-te braçal, está na hora de entrar na linha
Da produção, do trem, do metrô e do ônibus
Simplesmente, cair na conversa e rotina
Da ladainha trabalhista...
Prólogo:
Quando se fala em sistema, imagina-se um bando de descamisados a espera do metrô, gente que trabalha com tempo descontado e não contado, enquanto neste próprio sistema, também se encaixa o empresário, o Ser cheio de poderes. E é isso - O sistema - Uma indagação íntima de um ser não assalariado, mas que sabe da sua falta de mais poderes para fazer do sistema uma constituição própria e não igualitária.