Nulidade

Ninguém vê o meu sorriso, mas rio

Dos homens toscos

Das palavras cruas

A apodrecer no olhar

Onde moram só cactos

E o querer por nada…

Ninguém vê o meu sorriso, mas rio

Dos homens que choram

Sob o Sol no azul

Pobres das farpas

Na mão dos tristes

E das lágrimas sem rumo…

Ninguém vê o meu sorriso, mas rio

Dos mortos - vivos

Saídos do abismo

Das renúncias ao nada

Da partilha cem a zero

E de boca escancarada…

Eu choro, choro

Mas é por saber

A nulidade dos homens…

A minha nulidade…