A corda

Dentro de um rio esbranquiçado

De margens escuras

A corda separa

O rosto da propaganda

Da "cara" da Bahia

Separa o filho do patrão

Da Salvador do dia-a-dia,

Da Salvador do ônibus lotado,

Do que não existe no verão.

E o Carnaval corre em seu leito,

junto as ondas de Ondina

Ou aos pés do poeta

Onde os filhos da cidade

Vêem seus irmãos baterem tambor

para os filhos de outras mães

que chegam aos montes

e levam um sorriso suado de lembrança

da "terra da felicidade"

E quem segura a corda

Segura as contas do fim do mês

E quem dentro está

segue uma alegria indiferente

De quem está fora

E mesmo quem a corda exclui

está dentro do carnaval também

e a música preenche tudo...