Um muro
Flores murchas de
concreto
Não desabrocham mais.
Leio desoladamente num
muro qualquer:
"Eu vivo de esmola,
Eu me vicio em cola
E o Brasil nem dá bola".
Diante desses muros
Vão passando os homens,
Passos rápidos,
olhar à frente,
nem param
nem olham
Nem...
A indiferença nos devora.
Muros de concreto
Que se cobrem de tinta de protestos
Vãos...
Rostos transfigurados
Mergulhados no
eu do nada !