Tentando entender o que é...

O que é o sentimento, o amor, desalento, o que é resistir?

O que é a verdade; nada além da vontade do eterno sorrir.

O que é ilusão; se não for a falsidade, a nebria saudade, a obscura verdade.

O que é emoção; se não for a conquista, um olhar idealista, um afago, paixão.

O que é a saudade; se não for a coragem, o sentir, a emoção.

O que é o oculto; senão tudo que não curto, do que ainda não sei, que quero descobrir.

O que é minha razão; ainda que não se torne apenas emoção, é o que virtuosamente mantenho em mim.

O que são os meus atos; senão aparatos, sonhos conquistados, desejos rasgados.

O que é meu desejo; senão apenas o que almejo, mas tudo que está contido no gracejo, o querer e o construir.

O que é amizade; senão a doce possibilidade, o compartilhar a saudade ou o simples existir.

O que é a metade; do amor, da saudade, do poder conseguir...

O que é a mentira; nada mais do que fatos, do que simples contatos, é o puro iludir.

O que é o respeito, senão apenas um jeito de á tudo cumprir.

O que é maternidade, senão viver a vontade, sonhar de saudade, morrer em sorrir, sofrer ao parir.

O que é a escrita; senão muitas linhas, emoções lá contidas, ilusões reprimidas, um sentimento á fluir.

O que é o escuro; o refúgio inseguro ou o eterno dormir?

O que é a história; senão isso tudo, um amarrado absurdo, do que existe e o que está por existir.

O que são as promessas; nada além de conversas enfeitadas por si.

O que são desafetos; senão simples trajetos, sem ideais de cumplicidade, sem revelar as verdades, pura banalidade.

O que é o som; senão melodia, notas em harmonia, causando êxtase ou nostalgia.

O que são as cores; quentes ou frias, colorem todos os dias,declamam a natureza, expressam nossas reais alegrias ou nossas reprimidas tristezas.

O que é tudo isso; que me causa feitiço, me confunde o existir?

O que é o VIVER; senão o eterno querer...

Um dia á isso tudo entender!