Revoluções
Vejo a negritude
Vejo mortos e feridos
Vejo a juventude
Com seu fardo ínfimo
Jovens sem ideologia
Mundo cinza
Tudo é uma orgia
Não temos, mas tintas
Casa de papel
Mundo sujo
Coberto pelo véu
Inóspito e cruel
Realidade fantasma
Sonhos idiotas
De uma vida com asmas
Cadê os patriotas
Vejo-me nas grades
Da liberdade
Que ele nos deu
Não temo-nos, mas idade
Para brincadeiras
Sem horas
Sem maneiras
Não verdadeiras
Temos uma visão apagada
Contorcida
Quase toda errada
De uma vida sem saída
Porque somos tão mongóis
Tão banais
Seres retrógados
Verdadeiros capatazes
Me indigno em viver
Entre vos
E ver o que vos fazem
Não sou vocês
Sou poeta e não sou burguês
Sou a tinta que sobrou
Sou a poesia que você errou
Sou eu o causado da sua dor