TRISTÃO O POETA
Assim sem amigo
Só tristeza na fronte
Preterido
Sem horizonte
Um par de solidão no semblante
Do bom que a vida prega
E me nega. Só vejo
E pra eu sair ileso
Só do tipo que não pega
E não prova nem do beijo
Ainda assim
Tristão e preso
Uma ova
desejo
vida pra viver, sem açoites
noite pra amar, sem sirenes
sonho pra voar, sem PMS
e o coração a mil volts
Tristão o poeta
Que de trova em trova
Põe a vida a toda prova
Torto por linha reta
Me afasto e com a meta
De fugi do marasmo
Que me infesta sem entusiasmo
camelo feito asno e na fresta estreita
ta lá o patrão. que eu enojo e discuto
aqui os de pele preta
alguns flores que não vegeta
noto angustiado e puto. Tristão e poeta
o patrão que não labuta e desfruta
da vida que não gozo
me pergunto?
Por quê?
Tantos calos mal pagos
Tantos sorrisos ralos
Responde-me tu! Por quê?
Tanta embriaguez e tragos
Tanto poucos afagos e tanto Xadrez
Alçapou reis e minha rainha
Responde-me tu! Na lucidez
Tu que trazes farta carapinha
Por que? Fome gera riqueza,
caminha a desgraça
fera fome ataca sem pudor
os de minha raça
Responde-me tu!
Com o verso cru
A voz pode trepidar
Mas com o olhar nu
Porque? Por quê? Por quê?
Tristão o poeta
Assim Confuso
Só neurose na fronte
Intruso
No calor de se viver na fonte
Conte-me se tem por que da exploração
Mais contem
E tonte com a injuriação
mais tontem
do tristão o poeta