Nada mais assustador
Nada mais assustador do que ver,
Nos olhos humanos,
A perda da identidade;
A miséria tomando conta
Do corpo e da alma,
Como uma afronta à felicidade.
Nada mais assustador do que ver,
Nos olhos humanos,
A fome,
Que consome corpo, alma,
Mente,
E faz do ser vivente,
Apenas e tão somente,
Um espectro assustador.
Nada mais assustador do que ver,
Nos olhos humanos,
O olhar vago, indiferente,
Distante,
Que faz da gente menos gente
Diante de tanta dor.