GRADES

A minha mente trabalha acelerada

percorrendo esse espaço com o olhar

as paredes tem a tinta desbotada

e é frio e muito triste esse lugar

Ouço-me por socorro a gritar

tentando dos meus fantasmas fugir

são muitos sentimentos a me atordoar

fazendo a dor da culpa me consumir

A mim mesma, somente a mim

peço socorro gemendo e chorando

e nesse vale de lágrimas sem fim

a Deus meu pecado vou confessando

Tento fugir da lembrança da liberdade

e encarar que por grades estou cercada

açoita-me a alma com crueldade

viver como animal, enjaulada

Entre essas grades eu enlouqueço

porque os meus fantasmas me sufocam

da minha vítima não esqueço

minha culpa e meus pecados me degolam

Comigo ninguém mais se importa

nem Deus parece mais me ouvir

a cada dia isso tudo me transforma

e penso que nunca mais vou transgredir

Errar é humano diz o ditado

e burrice no erro permanecer

estou muito triste por ter errado

mas isso agora, de nada vai me valer

Eu fui posta a cadeado

mas livre ficou o meu pensamento

melhor tivessem me matado

pois pensar é o meu maior tormento.

milizinha
Enviado por milizinha em 16/07/2008
Reeditado em 19/05/2011
Código do texto: T1082867
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