GRADES
A minha mente trabalha acelerada
percorrendo esse espaço com o olhar
as paredes tem a tinta desbotada
e é frio e muito triste esse lugar
Ouço-me por socorro a gritar
tentando dos meus fantasmas fugir
são muitos sentimentos a me atordoar
fazendo a dor da culpa me consumir
A mim mesma, somente a mim
peço socorro gemendo e chorando
e nesse vale de lágrimas sem fim
a Deus meu pecado vou confessando
Tento fugir da lembrança da liberdade
e encarar que por grades estou cercada
açoita-me a alma com crueldade
viver como animal, enjaulada
Entre essas grades eu enlouqueço
porque os meus fantasmas me sufocam
da minha vítima não esqueço
minha culpa e meus pecados me degolam
Comigo ninguém mais se importa
nem Deus parece mais me ouvir
a cada dia isso tudo me transforma
e penso que nunca mais vou transgredir
Errar é humano diz o ditado
e burrice no erro permanecer
estou muito triste por ter errado
mas isso agora, de nada vai me valer
Eu fui posta a cadeado
mas livre ficou o meu pensamento
melhor tivessem me matado
pois pensar é o meu maior tormento.