HUMANOS II

Na janela

Vela um rosto sombrio.

Sem ternura contempla

Aquele que parte

Mestre na arte

Do viver espoliado.

O que antes era fruto

Agora é raiz

Parada, pregada,

Fincada no chão

- exílio natural

Que a receberá

Quando não houver mais

Motivos de contemplar.

Mas, ainda é dia,

- esperança furtiva

De que à noite

O sonho será diferente.

Zel Soares
Enviado por Zel Soares em 13/07/2008
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