TERRA DE FÉ
(reeditando)
Nesta noite fria e serena
E a chuva azafamada
Começa com a sua graça
Quase meio desconfiada
Enchendo a cisterna tão pequena
Daquele povoado em desgraça.
E o povo maltrapilho
Em louvor sua fé roga
Pela comida que é quase nada
Na panela uma espiga de milho
Que na água se afoga
Para suprir a criança calada.
Povo da seca o que se prevê?
Nem leitura. Nem o trabalho tem.
Se da terra mal o sustento priva.
A sede a fome é o que se vê
Deste país só espera um desdém
E da fé manter uma chama viva...