Meu apelido é máquina

Meu apelido é máquina

Faça de conta que sei falar

Me humilhe ao extremo

Me cuspa no prazer efêmero

Jogue minha dor ao descartar

Me chame de máquina

Na frieza dos movimentos

A velocidade dos pensamentos

Da falta de tristeza e lágrimas

Não sinta falta de uma alma

Dela não precisas para a escravidão

Passar o tempo quebrada no porão

È só vivência serena e calma

Para que alimentar se não tem vida?

Não chora, não reclama, nem trai

A todos os comandos satisfaz

Programadas a destruir famílias

A inutilidade das mãos sensíveis

Que perdem espaço para o aço

Estendem as mãos no semáforo

Voltando para os lares em desníveis

A modernidade abre e fecha olhos

Desnuda os sonhos íntimos

É praga que segue ritmos

Da doce vergonha, e ódio.

Igor Ribeiro

Igor Cruz
Enviado por Igor Cruz em 12/07/2008
Código do texto: T1076518
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