Meu apelido é máquina
Meu apelido é máquina
Faça de conta que sei falar
Me humilhe ao extremo
Me cuspa no prazer efêmero
Jogue minha dor ao descartar
Me chame de máquina
Na frieza dos movimentos
A velocidade dos pensamentos
Da falta de tristeza e lágrimas
Não sinta falta de uma alma
Dela não precisas para a escravidão
Passar o tempo quebrada no porão
È só vivência serena e calma
Para que alimentar se não tem vida?
Não chora, não reclama, nem trai
A todos os comandos satisfaz
Programadas a destruir famílias
A inutilidade das mãos sensíveis
Que perdem espaço para o aço
Estendem as mãos no semáforo
Voltando para os lares em desníveis
A modernidade abre e fecha olhos
Desnuda os sonhos íntimos
É praga que segue ritmos
Da doce vergonha, e ódio.
Igor Ribeiro