CAVEIRAS DERRETIDAS
CAVEIRAS DERRETIDAS
(miguel lucena)
Um fogo vivo, abrasador,
fogo celeste,
chama que chama e chora
com medo da peste,
ausente de amor.
Gravetos humanos.
As faíscas no alto da serra,
o fogo corredor das matas,
o farol que apaga e acende,
toda essa broca dentro do mato,
essa estaladeira arrepiante
são caveiras camponesas
sem paz e sem terra,
queimando nos céus,
caveiras derretidas
pagando por nós.