Berlim. Sinfonia de uma Metrópole.
Uma folha de jornal, uma vez,
voou.
Voou baixo
e eu vi um homem e um cão passarem
num momento distante.
E eles já morreram
quando os vi.
Os passos que deram também vão para baixo da terra
viram germes
que nos contaminam
para a vida.
Parte da memória do homem está inscrita no efêmero
e, aquilo que não ficou,
ensinou-me a viver
e a pensar.
Resquícios vivos
que pulsam através de sinais longínquos
tão gritante de nós
húmus latejante.
Sou o que não ficou,
vestígios fragmentários
inteiros
felizes fantasmas que teimam em existir.