AS FLORES DE PLÁSTICO NÃO MORREM
AS FLORES DE PLÁSTICO NÃO MORREM
Nas trevas
Saiba você que para muitos, ainda não existo, apenas resisto,
Sou um pensamento à sombra das diversas realidades
Nunca concordei com a maioria
Não torço pelo Flamengo e
“só passei fome para fazer parte das estatísticas”.
Condenando a falsos viandantes
Que a Hitler, sim, aplaudiriam
Se ele “holocausteasse” a chaga social
Tiro a máscara da hipocrisia poética
Rebelando-me quando um texto muda minha prosa
E um filho transforma-me a vida
Mas se morro para te agradar, a quem desagrado?
Nua e sem defesa, abro a guarda, para que luzes me cheguem
Sejam elas de vácuo ou de átomos.
É luz.
E... Trocando de bem com Deus,
O medo da reprimenda desaparece com a claridão
Só isso é real. Mas, e as flores?
Na luz
Flores hão de beijar nossas vidas como Pedro
Pois quando o nascer do sol suas pétalas abrir e o galo cantar
Beija-flores brotarão a nossos pés
Criando assim um limbo-azul
O róseo-celeste desaparecerá
Dando lugar a um marinho-estrelado
E os amantes se beijarão como nunca
No verde-capim dos jardins
Espalhando sêmen e povoando as cidades.
Então, grávidas de árvores brancas
As mulheres irão banhar-se no mar
Rodeadas de cavalos-marinhos
Que as levarão a sonhar
Dentro de enormes conchas prateadas.
Nasce o Novo Mundo
Das pedras brota o leite
Das árvores o pão
E o findo nunca existirá.
Ah!... E lá não existe o plástico.Só eu.