ENQUANTO A MÃO TECE O POEMA

Enquanto a mão tece o poema

outra cena acontece,

obscena.

Mas não

é obscena

a prece que se tece

entre os dedos do poema.

Entretanto,

entretece

o olho e a pena.

A cena,

que acontece

obscena,

ao mesmo olho acena,

mas não move

esse poema.

Jorge Henrique

HENRIQUE, Jorge. 3º Lugar no II PRÊMIO BANESE DE LITERATURA. Aracaju, 2006.

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