PINOCCHIO
É repelente, cruel e assustador,
O exemplo marcado em nossa mente
De um político descarado que mente
Como um pinocchio aterrador.
Sai uma gargalhada fria e sonora
Da sua boca de inferno ardente
Ao ver, vivendo indignamente,
O povo sem perspectiva de melhora.
Sem trabalho, da fome cativo,
Espera todo dia que nasça
Um sol diferente para essa raça
De brasileiro fugitivo.
“Não sei de nada”, isso dá medo.
É a nova ópera brasileira
Cantada pelo “zé carrera”
Vindo do sertão sem um dedo.
Se fotografar alguém pudesse
A alma, veria nos negativos,
Além do pinocchio os diabos vivos
Do coração do político que enriquece
À custa dos trabalhadores,
Cavaleiros da “triste figura”,
De olhos com laivos de loucura,
Nascidos para serem pagadores,
Neste país de tanta pobreza,
Das “convocações extraordinárias”
Dessa corja ordinária
Que da impunidade tem certeza
27/01/06.