MORTE, VIDA, MORTE

MORTE, VIDA, MORTE

Me dêem licença por um momento,

Pra simular a minha morte.

Essa é a maneira que encontrei,

De viver um pouco a minha própria sorte.

Esquecerei carnês, contas, compromissos.

Vou me arrumar, me preparar:

Deixar de me importar se todos estão bem.

Vou me dar um sumiço.

Quero viajar nas asas da liberdade.

Sentir alegria, vislumbrar um dia raiar.

Percorrer o tempo sem pressa, com poesia.

Fazer coisas que nunca fiz.

Vou nadar, mergulhar,

Tomar banho de cachoeira.

Viajar de avião, compor canção,

Ficar de bobeira.

Quero ler livros.

Quero papel, canetas, telas aquarelas.

Caminhar livre por longos caminhos,

Sem deixar seqüelas.

Conhecerei lugarejos, cidades, países...

No meio de novas culturas, dos povos,

Serei um deles, seremos felizes.

Aí sim! Depois de um tempo,

Voltarei ressuscitado, pronto!

Poderei ser novamente massacrado.