Entre a cruz e a espada
Entre a vida e a morte,
A cruz e a espada,
O bem e o mal.
Estamos numa guerra,
De corpos, de armas, sem paz total.
Entre o viver e o morrer,
O querer e o poder,
O desejar e o não alcançar.
Vai se levando a vida,
Cicatriza as feridas de um passado
Sem estória pra contar.
Entre o ódio e o amor,
Suportamos o horror,
Deste leito de morte.
No limite da razão,
Sem nenhuma emoção,
Paramos de nos apaixonar.
Esquecemos a fome,
Lutamos sem nome,
Sem ninguém que nos guie.
Caça presa,
Escravos do desprezo,
Desta triste lida,
Sem esperança de vida.
Entre a fome e a sede,
Nosso apetite é sermos reconhecido,
A gula por paz, por amor,
Por sucesso.
Ao menos que se chegue à dignidade!
Nessa sociedade vazia,
Sem Deus, sem poesia,
Sem esperança, sem forte.
E assim entre a vida e a morte,
Nos desfiladeiros do dia,
Pousamos sem guarida a esperar por socorro.
Entre a desesperança,
O desamor às crianças nos faz sofrer mais.
Entre a maledicência à rica ciência,
Bilhões mal empregados.
E os desempregados sem pão,
Sem teto, sem lar.
Entre a vida e a morte,
Só lhes resta a sorte de Cristo os buscar.