Amanha sera sua vez...
Ele tem a cara perdida num instante que ficou quieto
ela olha no chão, esgotados todos seus intentos,
nenhum deles vai poder fugir, de si.
Os amigos choram por eles
por eles se jogam ate o ultimo suspiro
mas isso de pouco serve,
apenas para escutar o remorso por dentro abatendo.
O homem pequeno tem um grande exercito.
O homem pequeno é amigo de outros homens como ele
De formosas bombas, e canhões com bandoleiras.
Alias, certos machados para decepar cabeças
acima das muitas mesas
em que se aposta a sua inveja.
A menina só tem olhos cativos, lagrimas e fome
para nos pezinhos a negrume curtida de frios alentar
com neve gris como a sua pele
suja, da púrpura miséria.
Tampouco ela vá atravessar a linha que separa
a morte dos que sobrevivem,
ao outro lado do arame continuo a se derruir
nas costas dos que são já vitimas;
então o homem pequeno ordena seu regresso
e comunica aos amigos a um e outro lado da artificiosa fronteira.
Os amigos sabem que eles poderão morrer
como também suspeitam
que a morte é o alimento dos homens
que tem grandes barcos, eficiente policia e muitos
orçamentos para um gasto militar
brincar acima das nossas consciências
suspeitam e sabem, os amigos do homem assim,
que eles também gostariam ser
ao espelho deitados princípios de homens
esplendidos e morais como palácios onde a fome
espalha colunas e no seu redor submissas e resignadas
as pessoas são obrigadas a inclinar-se ante a arrogância.
Hão regressar:
a menina dos olhos resignados, a mãe,
os que olhavam ao chão, fugidos de todo intento,
entregues eis.. a sua própria e evidente doença
e muitos outros seres, tal vez ainda mais de mil
para engraxar a maquinaria dos que gostam divertimentos
com autenticas e genuínas
gotas
do nosso sangue.