vagalumes cansados
VAGALUMES CANSADOS
Na madrugada fria
Ando nas ruas vazias
Que agora finjo ser minhas.
A menina que por mim passsa
Com a maquiagem desfeita,
Agora sim, é realmente bela.
Sua cabeça em festa é bela,
Sua mente infesta é bela
Sua boca de muitos sabores é bela
Os cigarros, os chopps,
Os cafés, os beijos de amor...
Tudo é belo na madrugada fria.
Eu caminho.
As calçadas ficam para trás.
Estou sem máscaras, sem nada.
Os que me acompanham,
São apenas vagalumes cansados,
Com suas lanterninhas fluorescêntes
Iluminado minhas pegadas.
Mais adiante na calçada à direita
Um anjo doente dorme.
De sua boca pequena,
brotam os dentes podres.
Das suas mãos magras
aparecem a oferta do dia que se passsou:
Dois cigarros.
O anjo dorme e eu finjo,
Como todos os outros finjo.
E na madrugada fria vou caminhando
Em busca do bar esperança,
O último que fecha as portas.
Vamos vaguear vagalume???