A JORNADA

Será esse meu destino?

Minha jornada traçada por caminhos tortuosos,

Onde encontro amarguras e sofrimentos!

Que destino é esse que consome minhas forças,

Aniquila minhas esperanças,

Sufocando a minha vontade de sorrir

Quando olho para aquela criança,

Consumida pela fome insensata!

Um grito sai de minha garganta,

Quero justiça!

Quero paz!

Quero amor!

Será que ninguém ouve meu clamor?

Será que minha voz clama num deserto?

Apenas a areia e o vento me escutam!

Não, não vou desistir!

Busco meu caminho, não importa os espinhos,

Sigo minha jornada, pés dormentes pela longa caminhada,

Insisto em procurar no vácuo,

Hei de achar alguém que escute meu pranto,

Enxugue minhas lágrimas,

Sacie minha fome e sede de justiça!

Não é por mim que insisto em procurar,

É por eles que insisto em lutar,

Quando os vejo no lixão a catar,

Seu sustento e do seu lar

Em meio aos urubus sua fome saciar,

Enquanto outros vivem a esbanjar!

Será esse meu destino?

Ver esse irmão todos os dias,

Por essa jornada passar,

Será que ninguém ouve meu grito;

Isso tem que acabar!

There Válio – 13-02-2008