QUANDO PENSO NO VERDE, FICO VERMELHO

Eu não consigo compreender, porque o primata resolveu descer da árvore;

Nem a razão do troglodita, abandonar sua caverna;

Qual a vantagem da pedra lascada, ter sido polida ao ponto do mármore?

E o benefício do dia acordar, se o bicho-homem ainda hiberna?

Alguém me diga, se vale a pena essa tal evolução;

Se os dinossauros governaram bem melhor, tudo que hoje nos pertence;

O que se fez com clavas, hoje se faz com as foices da ambição;

Até o dilúvio foi derrotado, mas a burrice humana, ninguém vence!

O homem caça animais, mas ele mesmo é seu maior predador;

Ele teme fantasmas, mas o revide do tempo nem sequer lhe assusta;

Porventura sua consciência, em gás carbônico se dissipou?

Ou seu raciocínio teria sido asfixiado pelo efeito estufa?

Isso não falo por ser anarquista ou mesmo insurgente;

Falo em nome da voz dos cataclismas e do mundo revolto;

Quando a Terra estremece tal como vemos, é porque algo está diferente;

É que desnudo de juízo e trajado de cegueira, segue o homem envolto!

Ele queima as florestas e acaba carbonizando seu próprio futuro;

Ele arranca o petróleo, e a Terra responde com seus abalos;

Lançando gases tóxicos, ele lega a seus filhos, um mundo mais quente e escuro;

Homens obstinados não se importam com os sinais, que surgem para alertá-los!

Terremotos, tsunamis, tornados e furacões;

Estações em convulsões, mares revoltados e sólos rachados;

Convençam meus irmãos, de que é chegada a hora de cessarem as ambições;

Pois os débitos de suas agressões, de seus filhos e netos, um dia serão cobrados!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 24/05/2008
Reeditado em 16/07/2008
Código do texto: T1003296
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