Nada mais é como outrora
A cidade, a juventude, a paz..
Tudo agora é só memória do passado
Que os ventos do outono levarão
Já não temos mais Manuelito.
“Olha o pirulito!”
Seu grito, não ressoa mais
Nos becos e ruas dos Picos.
Música, que música?
Nem melodia, nem letra!
Qualquer perneta corre,
Foge com medo
Do enredo das bandas:
Cirandas de palavrões
E ousam chamar de música.
Que música!
Que sossego?
Que Paz!
Me apego às coisas naturais
A beleza de outrora
Tudo agora é tão artificial
Fugaz como o tempo
E o vento
Que sopra a folha seca no chão
Bons tempos!
Quando a música era tocada
E tocava.
Cadê a cocada, o quebra-queixo?
Cadê Enoque?
O Cine Spark de 1964
Cadê?
Cadê a missa dominical das dezenove
Cheia.
A moça que passei na Felix Pacheco
Dando voltas na praça?
Flertando rapaz
Rapaz de olho nas moças...
A paz.
Nada disso se tem mais.