Relíquias do Meu Eu
O tempo passou de mansinho,
Guardando no bolso do vento
As tardes de sol pequenino
E os risos perdidos no tempo.
Lembranças amareladas
Como cartas sem destinatário,
Brincam nas frestas da alma
Feito folhas num relicário.
Há passos que ecoam sozinhos
Na rua que foi morada
Há sombras de rostos vizinhos
No vidro da velha sacada.
E quando a saudade espreita
Como um gato de olhos acesos
Descubro que o que se foi
Mora dentro dos meus segredos.