Filhos do rio
Filhos do Rio
Cardoso I
Às margens do rio, onde o tempo é lento,
moram os filhos das águas e do vento.
Ribeirinhos de alma, de terra e de sol,
vivem do peixe, do remo e do anzol.
A canoa desliza em silêncio profundo,
seu rastro é memória que conta o mundo.
Os braços remando, a vida seguindo,
no ciclo das águas, tudo é um hino.
A chuva que cai é bênção e pranto,
fazendo da terra um leito de encanto.
O sol, inclemente, queima e consola,
marca na pele histórias de outrora.
No peito, o orgulho de quem pertence
a um lar que pulsa, que nunca adormece.
Ribeiro é caminho, espelho e sustento,
testemunha de vida, guardião do tempo.