CAIPIRINHA DE MALÁPIO
O sujeito está longe do lar
Perdeu o rumo, não acha a rima
Entra na primeira porta, um bar
não quer beber, mas se anima
Encosta no balcão a barriga
Apóia os cotovelos, descontraído
Prometera se afastar da bebida
De pé, aguarda ser atendido
Está sóbrio, tranquilo, à toa
Do outro lado o barman oferece
Vai tomar o que, gente boa?
Responde, algo que me apetece
Recebe então o cardápio
Examina cuidadosamente e arrisca
Faz aí uma caipirinha de malápio
O outro retruca, não está na lista
O freguês faz um desafio
Aposta que lá tem o tal
O atendente diz que nunca viu
Deixa pra lá, não faz mal
A garganta seca então sugere
Um drinque de compensação
O garçom pede que espere
Ainda com o ponto de interrogação
No lugar daquele pedido
Um tônica com gelo e limão
Mas nada foi resolvido
Continua aberta a questão
Caipirinha de malápio existe
Ou é pura imaginação
O desafio persiste
Pode até sair uma nova invenção