Entre Ontem e Amanhã
A vida dança entre os relógios,
No café quente das manhãs,
No aceno breve na calçada,
Nos passos presos às rotinas vãs.
O sol renasce na vitrine,
A rua segue seu refrão,
Um riso some entre os ruídos,
E um sonho dorme no portão.
Mas há beleza no que é simples,
No som do vento, no olhar distraído,
Na folha solta sobre a praça,
No céu que muda sem alarde ou grito.
Entre um instante e outro instante,
Entre o que fomos e o que há de vir,
A vida espera, silenciosa,
Que a gente aprenda a existir.