Ao menino que corre na multidão

Vi um garoto correr hoje.

Saiu da escola e cortou o vento,

os braços em alarde, agitando o desespero.

Corria de quê?

Tão jovem… há tempo para tudo ainda,

por que tão apressado?

Fugia do tempo

ou o tempo fugia dele?

Seu rosto entregava a infância,

mas os olhos, não.

Olhos que atravessavam distâncias

e carregavam segredos maiores

do que sua idade permitia.

Talvez o vento o empurrasse,

talvez corresse para um abraço,

talvez…

Ah, tantas hipóteses.

Mas era bela sua pressa,

um fôlego de vida

que dançava na multidão.

E eu, que me despeço aos poucos,

agradeço por inspirar este poema.

Onde for que precise chegar, que chegue em paz.

Mamoro Yanagiya
Enviado por Mamoro Yanagiya em 28/02/2025
Código do texto: T8274597
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