300°

Sou o poeta da desgraça cotidiana

Não é ruim sentir a dor da poesia

Poucos duram nessa labuta

Faço-me poeta o tempo todo

Ao invés de copular escrevo poemas

As pernas abertas e eu escrevendo

É tão notório o meu desespero

Que a cada tentativa botânica

Acabo trepando em meu caderno

Escrevendo a desgraça do dia

Sou um poeta fadado a observar

Anseio por belos seios

Projeto o futuro antes dele chegar

Vivo escrevendo o que sinto

Desabafo em linhas

Desato a desgraça da vida

Hoje é um péssimo dia

Minha sorte é ser poeta

Um esquecido cidadão

Transitando pela realidade

Otreblig Solrac - O poeta burro

Otreblig Solrac
Enviado por Otreblig Solrac em 19/12/2024
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