Volta por cima

Volta por cima

Na sombra da dúvida, afundei o coração,

Entre mãos estendidas que negaram o perdão.

Chamados amigos, vozes sem rosto,

Esqueceram meu nome num deserto exposto.

Fui cúmplice da queda, prisioneiro do medo,

Covarde, entreguei-me ao silêncio em segredo.

Errei a chave, abri portas erradas,

Caminhei em labirintos, com esperanças caladas.

Mas o fundo do poço guarda um reflexo,

A verdade em cacos, o desejo perplexo.

De erguer-me das cinzas, da mágoa contida,

Reencontrar na coragem o pulsar da vida.

Tropeços são mestres, o erro ensina,

O coração ferido amadurece e ilumina.

Recolhi minhas forças, minha fé, minha calma,

Dei a volta por cima, reergui minha alma.

Hoje, a covardia é lembrança distante,

Os amigos falsos? Poeira errante.

Na nova jornada, sou eu meu abrigo,

O passado é lição, não mais inimigo.

A chave certa, enfim, em minhas mãos,

Abro portas para novos irmãos.

Superação é meu hino, meu lema, meu dia,

Uma vitória bordada com dor e poesia.

Vasco Toledo

Vasco Toledo
Enviado por Vasco Toledo em 02/12/2024
Código do texto: T8209893
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