FOMES...
A fome é uma vergonha anda abraçada com o genocídio.
As serpentes..., gemendo de fome no estômago, é a vida,
Acendem os semáforos, sinal vermelho, suas Guernicas!
E, as gargantas túrgidas e tumefactas, vomitam as sedes...
Os cadáveres, festim, abutres às vezes os comem vivos!
Feridas abertas..., e graves..., expostas pingando sangue...
O útero não seca e germinam sementes..., pari o calvário.
As cercas, na boca, arames podres, caindo, aos pedaços!
Bocas de lixo, salivando..., e os olhos comendo o almoço!
E, muitas criaturas, comendo as, próprias gengivas cruas.
Comendo pedaços do ego, e, mastigando os pré-molares.
As feridas no corpo horas são manjares, na alma açoites!
Muita gente comendo pedaços de latas, e cacos de vidro,
Afã de sorver, o que, restou dos lixos, banquete, repasto!
Regurgitando o café para comer meio-dia, comer na ceia.
Carrega o país na cara mundo de miséria na adversidade;
No jejum a, alforria liberta seu desejo e mata-lhe de fome!
O mesmo carnaval e na quarta-feira, as cinzas o santifica,
Os sinos nas igrejas conferem o milagre, a hóstia é carne!
O Natal e Ano Novo, Memórias Póstumas de Brás Cubas!
Albérico Silva