Cotidiano
Há um eco no relógio,
um murmúrio que arrasta o corpo,
enquanto a cidade se acorda,
velha amiga de passadas repetidas,
envolta em fumaça e pressa.
São rostos anônimos na rua,
perdidos em linhas retas,
meus olhos vagam, errantes,
seguindo o ritmo da rotina
que se entranha, fria, nas veias.
E ao fim do dia, um silêncio,
o peso da constância nos ombros,
no vazio de tudo o que é igual.
Sob o teto, reencontro-me,
sussurrando ao escuro, um dia a mais.
Giovanni Pelluzzi