DETALHES ETÉREOS DE UMA VIDA

Caminho ligeiro por urbanas vias

Sempre de manhã, todo santo dia

Vejo carros, motocas e magrelas

Vejo casas, vendas, bares e padaria

Vejo gente apressada e atrasada

Na calçada a Dona agua e esfrega

Gente sem pressa, lenta e calma

Janelas, portas e portões roncam

Alunos, uniformes sono e mochilas

Operários, ferramentas e marmitas

Senhoras à igreja com seus rosários

Pedestres fones, iphones e podcasts

Todo dia vejo quem não me vê passar

Casas e casinhas que olham sem olhar

Pessoas em transe seu mundo interior

Pessoas que dizem: bom dia senhor!

A contabilidade de datilografia

A Casa Country Leal centenária

O Armazém do Neto do além

A João Pimenta Expedicionária

Abrir de lojas expondo soluções

Consultórios de sorrisos e felicidade

Farmácias e pílulas de bem estar

Costureiras de cozer e consertar

Hoje a chuva pulverizou fina

Fria água abençoada pelo céu

Mudei minha rotina sem proteção

Tenis de borracha escorregavam

Marquises amenizaram meu molhar

Desejei um carro, um guarda chuva

Carona solidária, mas ninguém parou

Para um estranho de todos os dias

E no cotidiano do andar urbano

Vemos tantos que também nos veem

Amistosos uns, outros indiferentes

Somos todos andantes, viventes.

Gleisson Melo
Enviado por Gleisson Melo em 06/11/2024
Código do texto: T8190753
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.