Andei por aí
Andei por aí, pelas ruas,
com os olhos perdidos em cada esquina.
O vento tocava meu rosto,
como se quisesse me guiar
por caminhos que eu ainda não conhecia.
Passei por sorrisos apressados,
por conversas que se misturavam ao som dos carros,
vi rostos desconhecidos que, por um instante,
pareciam contar histórias sem palavras.
As calçadas carregavam marcas de passos antigos,
como se cada pedra soubesse segredos que nunca vou saber.
Eu seguia, sem destino certo,
apenas deixando o mundo me levar.
Andei por aí, pelas ruas,
encontrando pedaços de mim
em cada sombra que o sol projetava,
em cada lembrança que o silêncio trazia.
Às vezes, um cheiro, uma cor, um detalhe qualquer
me fazia parar, respirar fundo,
como se a cidade quisesse me lembrar
de que, por mais que eu ande,
sempre há algo a descobrir.
E eu, ali, perdido e ao mesmo tempo encontrado,
seguia o caminho, sem pressa, sem rota.
Porque andar por aí, pelas ruas,
é, de algum jeito, andar por dentro de mim mesmo.