Poema - Considerações sobre mim
No fim, eu me importo demais
Eu que penso demais
Que relevo tudo aos demais
Com ilusões que seriam o mesmo pra mim
Talvez eu tenha amado muito
Ou aguentado tanto, para que não me deixasse então
Para que não terminasse o dia
E te visse distante em vão
Mas nem todo mar é calmo
E hoje, foi um pouco mais gelado
Talvez devesse ter me agasalhado
Ou apenas, ter te poupado daquele sentimentalismo sem fim
O meu deserto é cheio
Fora tão grande para mim
Quão traiçoeiro não seria pra ti
Que decidiu caminhar e se divertir comigo
Por isso não a culpo das vezes que pensou em desistir
Para andar, às vezes, é preciso fechar os olhos um pouco
porque é impossível percorrer sem que entre areia e não acabe chorando de novo
E eu carrego isso comigo, pois ainda permaneço aqui
Farto dessas saudades que guardo de ti
Mas não que chore em meus ombros
Mas do seu riso que toca o meu rosto
Da sua graça que me faz santo
Me dizendo como estamos soltos
Livres para estar absortos
Como nada nos separaria de novo
Sem me preocupar com o abandono que sempre bate em meu rosto
Outra vez, cultivando pérolas
Tecendo um véu desses esboços
Construindo um lar que agora é só nosso
Nossas próprias emoções nesses blocos
Mas no fim, eu que me importo demais
E que penso demais sobre tudo
Pois gostaria que realmente fosse
Que não fosse mesmo, apenas eu
E que não queimasse somente em mim, essa nova vontade de existir