Dum aeroporto
As vítimas do descaso se embatem
Cobiçam passagem para um vôo desgovernado
No alto sofrem pela incompetência de um amador
Ali já nem sequer podem desatar os cintos
O que podem é aproveitar o percurso pernicioso
O medo de saltar aponta para a sanidade
Entenda! Não tire delas as vontades oblíquas
O desejo de viver é o que as mantém respirando
O cansaço e o desespero tomam conta do tempo
Comprimem seus mundos na cruel indecência
E, no fundo, todas elas precisam do mesmo
Um manso repouso para amenizar o pranto
Um abraço de alma, um paraquedas de emergência