Em Espirais
Curvas dobram-se no espaço,
das escadas da imensidão,
cada volta, um novo laço
nas teias da criação.
Há um ritmo em seu enredo,
um sussurro que não se vê,
Seguimos buscando o sentido
Algo que nos faça entender.
A vida não é linha reta,
nem se resume a um traçar,
é um ciclo que nos desperta
para o eterno recomeçar.
Misteriosamente seguimos,
em busca do ponto ideal,
mas no fundo, a esperança
Se revela degrau por degrau.
Há espirais que a gente traça,
em movimentos de ilusão,
como linhas que disfarçam,
o caminho da razão.
Giro após giro, nos perdemos
voltamos ao ponto inicial,
Descobrimos no percurso:
não existe um ponto final.
Curvas levam ao incerto,
Peças se perdem pelo ar
mas nas voltas, o destino,
Sempre as encontrará.
Angélica Lima.