Ode de Outono
Que chova bastante
porque está precisando
um céu de ferro
onde olho
tudo nublado.
Nuvens de cumulonimbus, espessas acima de montanhas enegrecidas de lua
O cheiro das marquises e dos alpendres lavados,
Os formatos de algodão no céu, que me gesticulam adeus gentil
Um vento frio que percorre por mim
Terra molhada, sapatos lamacentos
O aroma da infância nublada, se misturam ao odor de um futuro nevoado
Enquanto sou jovem aprecio,
mas a contemplação íntima do derramar dos dias.
Me distraem
As cidras de turquesa
os arbustos, o mato, e as folhas gramíneas
Todas úmidas empalecidas
no breu da noite cinza
Enquanto outono não chega
Eu fico recluso
refúgios citadinos escuros
Não é sempre
que eu me sinto assim.
Mas se um homem te pedir mais
não tenha medo de doar
e quando ele não pedir nada
Apenas ofereça o que você tem.
E se você não sentir,
não é poesia.
Eu te mostro pinhas e árvores nativas
Flores de magnólia
cobalto e saturnos.
A palavra solta e vazia
Não podes mais ler
Enquanto arrasto o pensamento
na tortura de quem diz muito e nada fala.
A voz triste vem cantando
a melodia de outono
As chuvas molham minhas vestes
Flores sacrificadas na enxurrada
Enquanto outubro se esgueira ao meio fio
eu vejo o céu cinza
E suspiro,
Uma melodia de tristeza
um ode a você