Ao Labor Diário
Ao despontar da alvorada,
Entre névoas quais incensos,
Temos nossa caminhada,
Enfrentando sóis intensos
Ou cortantes ventos frios.
Nada rompe nossos brios!
Repentino e sublimado,
Eis que surge do horizonte
Férreo transporte almejado
Com tão ampla vítrea fronte:
O ônibus, nossa carruagem,
Adveio à nossa paragem.
Levar-nos-á ao trabalho,
Amiúde, com pouco alento.
De fato, o conforto, dá-lho
Só ao que obtiver assento.
Quando alguém parte, eis o espólio:
Este assento, ora meu sólio!
Eu, nesta viagem partícipe,
Tal qual rei sobre seu trono,
Contemplo a terra munícipe
Ainda a vencer o sono.
E, chegado o meu destino,
Ao trabalho meu atino.
Ganhar o pão quotidiano,
Fruto de nosso labor,
É o mister do brio humano
Na labuta sem torpor.
Seja o espírito de aço,
Sem ceder nunca ao cansaço!